Autopeças
|
22/08/2011
|
14h12
Fiat quer atrair fornecedores a Pernambuco
O objetivo é que eles façam as entregas just in time, pois há espaço para isso
Natalia Gómez, AB
Natalia Gómez, AB
A Fiat pretende atrair parte de seus fornecedores de São Paulo e Minas Gerais para Pernambuco, onde instalará sua nova fábrica. Segundo o gerente de métodos de logística da montadora, Ricardo Takahashi, fornecedores deverão estar próximos da unidade, que fica a mais de 2 mil quilômetros de São Paulo e de Betim (MG), sua principal instalação. “Contamos com o apoio e colaboração dos fornecedores. Com o tempo, Pernambuco deve virar um centro automotivo importante para o Brasil”, afirmou durante o Simpósio SAE Brasil Tendências e Inovação na Indústria Automobilística, que ocorre nesta segunda-feira, 22, no WTC Sheraton, em São Paulo.
-Confira aqui a cobertura completa do Simpósio Tendências e Inovação na Indústria Automobilística
O objetivo é que os fornecedores possam fazer entregas just in time ou ter filiais dentro da montadora. O executivo disse que existe espaço disponível no terreno da nova fábrica para receber um centro de fornecedores e uma pista de provas, que hoje não existem em Betim por causa de restrições de espaço. “Vamos corrigir alguns problemas que hoje em Betim nos trazem custos maiores”, disse.
Hoje a montadora realiza provas em estradas públicas, o que gera custos elevados. Outro inconveniente é o uso da Rodovia Fernão Dias pelos fornecedores, que enfrentam problemas com congestionamentos. Até o momento ainda não há definição sobre os modelos que serão produzidos na fábrica de Pernambuco, segundo Takahashi. Ele destacou que a distância dos grandes centros levará a unidade a ter uma capacidade maior de estoque.
Além da proximidade com o porto de Suape, uma vantagem de investir na região Nordeste é seu crescimento acima da média nacional. Segundo o executivo, a unidade será uma estrutura nova “com o que há de mais moderno”, tornando-se uma referência em processo e logística no grupo.
A Fiat está operando perto da sua capacidade máxima de produção desde 2008. Recentemente, a crise internacional provocou um “suspiro” no mercado, mas a empresa permanece confiante. “Temos lançamentos previstos para este ano e 2012, apesar de o mercado ter dado o soluço que deu.” Na visão do gerente, um dos maiores desafios para a indústria automobilística nacional é aumentar sua competitividade para enfrentar a concorrência externa.
Takahashi destacou que a China é competitiva pelos processos inovadores de produção, que permitem custos menores. “Não é apenas a mão de obra que faz os chineses competitivos”, explica. Segundo ele, o setor não deve esperar iniciativas do governo para investir em competitividade, pois as medidas governamentais podem não chegar em curto prazo.
Foto: Ruy Hiza
Tags: Ricardo Takahashi, Fiat, Pernambuco, Betim, São Paulo, just in time, Fernão Dias.