Na sequência, Anhembi movimentado na terça-feira à tarde e scooters BMW C600 e Dafra Cityclass 200 (fotos: Mário Curcio)
Eventos
|
08/10/2013
|
19h47
Salão Duas Rodas espera 270 mil no Anhembi
Principais fabricantes levam lançamentos para segurar parte da queda nas vendas do setor
MARIO CURCIO, AB
Começou na terça-feira, 8, o 12º Salão Duas Rodas. Este é o maior evento do setor de motos e bicicletas no País. Ele ocorre até o dia 13 no Anhembi e terá este ano a tarefa de dar um empurrãozinho nas fracas vendas do setor - que obrigaram os fabricantes a revisar para baixo suas previsões pela segunda vez este ano (veja aqui).
Com 450 marcas expositoras em 110 mil metros quadrados, o salão deste ano deve atrair entre 260 mil e 270 mil visitantes. Com mais de 80% do mercado, a Honda preparou uma série de lançamentos. O mais importante é a família 500, formada por três modelos de exatos 471 cc e 50 cv de potência cada.
Ainda este mês as concessionárias recebem a CB500F, motocicleta de estilo naked (do inglês nu, por não ter carenagem). Em dezembro vem a CBR500R, esta com apelo esportivo e carenada. Para o primeiro semestre do ano que vem chega a CB500X, com suspensões de curso mais longo que as outras para viagens com conforto, mesmo em piso irregular. A fabricante ainda não informa seus preços.
No salão, a Honda lança também série especiais, uma delas alusiva a 3 milhões de motocicletas bicombustíveis produzidas. Cinco modelos flex receberam pintura azul, vermelha e branca (representando as cores do sistema Honda Flex One).
Próxima a completar um ano no Brasil (em 23 de outubro), a Ducati comemora a abertura de seis revendas, quer ter nove até o fim do ano e aumentar o número de pontos em 2014. “Vamos ampliar também nossa estrutura logística com a ajuda com a Penske, aumentar a oferta de peças, acessórios e também os serviços financeiros, diz o diretor da fabricante no Brasil, Ricardo Susini.
Entre os lançamentos da feira estão a nova 1199 Panigale S Senna e a 1199 Panigale R. A fabricante anunciou também o início da montagem local da Monster 796. A Ducati utiliza a estrutura da Dafra para produzir em Manaus (AM).
Com 5,9 mil motos vendidas no Brasil de janeiro a setembro, a Harley-Davidson anunciou para a linha 2014 os freios com ABS como item de série em todos os modelos, que estarão à venda entre o fim deste ano e início de 2014. Entre os destaques da feira estão a CVO Breakout, a Forty Eight 1200 e a Fat Bob.
Da Suzuki, terceira colocada no ranking de vendas, surge a Inazuma 250, modelo de média cilindrada aguardado há algum tempo no Brasil. A fabricante não tinha uma moto dessa faixa de cilindrada desde o início da década anterior, quando montou as últimas Intruder 250. Segundo o diretor da J.Toledo Suzuki, João Toledo Filho, a nova moto chega no segundo trimestre de 2014. Custará cerca de R$ 15 mil.
Em sentido horário, a partir do alto, à esquerda: Honda CB500F, Suzuki Inazuma 250, Ducati Monster e Harley-Davidson CVO Breakout (fotos: Mário Curcio)
Com seus modelos a partir de 600 cc, a BMW comemora bons resultados no Brasil. “Em 2012 fomos o quinto maior mercado da BMW, com cerca de 7,4 mil unidades. Este ano devemos ir a 7,6 mil”, afirma o diretor da divisão de motocicletas da marca, Federico Alvarez. A rede atual da BMW tem 30 concessionárias e deve aumentar em 2014. A produção local também ocorre dentro da fábrica da Dafra. Alvarez também comemora vendas corporativas à Polícia Rodoviária e a órgãos de trânsito. A BMW fez dois lançamentos no Salão Duas Rodas, o scooter C 600 Sport e a F 800 GS Adventure.
A Yamaha do Brasil tem como meta lançar um produto a cada seis meses nos próximos anos, incluindo aí sua linha náutica e quadriciclos. Para o Salão Duas Rodas ela trouxe novamente a V-Max, desta vez com a real intenção de vender a moto. Ano que vem estará nas concessionárias por R$ 99 mil. “Queremos vender 50 unidades no ano.” Parece pouco... “É um começo. Somente durante a montagem do estande confirmamos cinco pedidos”, afirma o diretor comercial, Márcio Hegenberg.
O executivo também revelou o preço do novo scooter T-Max 530, apresentado no início do segundo semestre. O modelo estará à venda em dezembro por R$ 42,5 mil. A Yamaha usa a força do evento para divulgar sua primeira moto de 150 cc produzida no Brasil, a YS 150 Fazer, também mostrada no começo do semestre. Tem preços entre R$ 7.390 e R$ 7.850.
Em um estande de 1,5 mil metros quadrados, a Kawasaki expõe 40 produtos. O lançamento guardado para o salão foi a Ninja 1000 Tourer. Com fábrica em Manaus, a Kawasaki ocupa o sexto lugar entre as marcas mais vendidas no Brasil. Há dois meses ultrapassou a Kasinski, cujo forte são modelos de baixa cilindrada.
Com a expectativa de superar a meta inicial e vender cerca de 2,5 mil motos em 2013, a Triumph já tem sete revendas. A primeira delas, Triple Triumph, aproxima-se de mil unidades. Para o salão, a fabricante anunciou quatro novas motocicletas para os próximos três meses. A primeira, Street triple R, tem novos freios e suspensões e preço de R$ 34,9 mil. Já está à venda. Em novembro chega a Tiger 800, modelo mais adequado ao uso urbano que a 800XC. Para as próximas semanas chegam também a Trophy SE, uma touring de R$ 79,9 mil, e a Tiger Explorer XC, com produção em Manaus e preço sugerido de R$ 62,9 mil.
Em sentido horário, a partir da moto dourada: BMW F 800 GS Adventure, Kawasaki Ninja 1000 Tourer, Triumph Tiger e Yamaha V-Max (fotos: Mário Curcio)
Da Dafra chamam a atenção dois novos scooters, o Cityclass 200 e o Maxsym 400. O Cityclass traz freios combinados (diferentes das motos convencionais, em que os freios dianteiro e traseiro têm atuação separada). Já o Maxsym usa ABS. Com essas novas opções, subirão de dois para quatro os scooters vendidos pela Dafra.
A fabricante também mostra no evento a nova Super 50 e a E-Bike DBT, uma bicicleta elétrica com autonomia, segundo a Dafra, de 70 quilômetros. Diferentemente de outros modelos, em que o motor fica dentro da roda, na nova bicicleta ele é instalado nas pedivelas.
Em Manaus, a Bramont já monta motocicletas Benelli. “A produção começou neste mês. As vendas se iniciam em novembro”, afirma o diretor comercial e de marketing, Jean Anwandter. A Bramont também se prepara a fim de produzir motocicletas e scooters Keeway a partir de janeiro. As vendas terão início em março. “Construímos um segundo galpão (em Manaus) com 12 mil metros quadrados e haverá um terceiro com 14 mil m². Estamos investindo US$ 15 milhões”, diz Anwandter.
Com fábrica em Manaus desde 2007, a Traxx mostra no salão a urbana Vector e a nova versão da trail Fly, ambas com motor de 150 cc. O início das vendas deve ocorrer no primeiro semestre de 2014. No acumulado até setembro, a Traxx é a décima fabricante, com 5.174 unidades emplacadas, mas vale dizer que seu forte é são os modelos de 50 cc, que muitas vezes não são licenciados e por isso não constam nos registros do Renavam.
Em sentido horário, a partir do scooter branco e cinza: Dafra Cityclass 200, Traxx Vector 150, Benelli TRE K e Keeway 200 (fotos: Mário Curcio e divulgação)
Tags: Salão Duas Rodas, Márcio Hegenberg, Jean Anwandter, Honda, Suzuki, Harley-Davidson, Ducati, Inazuma, BMW, Kawasaki, Triumph, Dafra, Traxx, Keeway, Benelli.