Trabalhadores da Mercedes-Benz aprovam greve em São Bernardo do Campo (Foto: Adonis Guerra/SMSBC)
Trabalho
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24/08/2015
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14h01
Metalúrgicos da Mercedes-Benz aprovam greve por tempo indeterminado
Trabalhadores protestam contra demissões na fábrica de São Bernardo
REDAÇÃO AB
Atualizada às 17h45
Os trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, iniciaram uma greve por tempo indeterminado em resposta às demissões na unidade. A medida foi votada em assembleia convocada pelo sindicato dos metalúrgicos da região na manhã da segunda-feira, 24, antes do início do primeiro turno, com decisão unânime entre os trabalhadores.
“Será um processo forte de luta e mobilização até que a empresa revogue a decisão e todos os companheiros voltem a trabalhar”, afirmou o secretário-geral da CUT e CSE na Mercedes-Benz, Sérgio Nobre, durante a assembleia.
Na sexta-feira, 21, durante o feriado prolongado (aniversário da cidade de São Bernardo do Campo) parte dos trabalhadores da unidade começaram a receber telegrama avisando sobre seu desligamento da empresa (leia aqui).
Em comunicado, a Mercedes-Benz informa que o número de demitidos pode chegar a 1,5 mil. Antes de decidir pelas demissões na fábrica de São Bernardo do Campo, a empresa lembra que na última semana tentou viabilizar junto ao sindicato a adoção do PPE e de outras medidas necessárias para contenção de custos de pessoal, como a reposição parcial da inflação em 2016. A proposta foi recusada e não foi levada para votação em assembleia, uma vez que era similar àquela rejeitada por 74% dos funcionários anteriormente (leia aqui).
Desde o início de 2014, a unidade de São Bernardo do Campo vem adotando diversas medidas como forma de gerenciar o excesso de mão de obra, resultado da forte retração das vendas de caminhões e ônibus no mercado interno. A companhia cita banco de horas, semanas curtas, férias e folgas coletivas, além de licenças remuneradas e várias etapas de desligamento voluntário (PDV), todas de comum acordo com o sindicato dos metalúrgicos.
Além dessas medidas, adotou layoffs, sendo que de dezembro de 2014 até setembro deste ano, os custos foram integralmente assumidos pela montadora. No layoff anterior, de julho a novembro de 2014, as despesas foram suportadas entre a Mercedes-Benz e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), conforme regulamenta a lei. As ações de gerenciamento do excedente de pessoas desde 2014 gerou elevação dos custos, o que segundo a empresa, não podem mais ser suportados devido ao agravamento da crise econômica e da queda de vendas. A ociosidade na fábrica chega a 50% com viés de alta e o excedente de pessoas supera os 2 mil trabalhadores, informa a Mercedes-Benz.
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