Os trabalhadores da Ford em São Bernardo do Campo (SP) aprovaram em assembleia realizada na manhã da terça-feira, 28, a proposta de acordo negociada entre o sindicato dos metalúrgicos e a montadora, que evitam ao menos 850 demissões imediatas. A proposta prevê a renovação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) por mais três meses, além da abertura de um novo layoff e de um novo PDV (Programa de Demissão Voluntária) a partir de outubro.
A proposta aprovada prevê que a montadora aperfeiçoe seu sistema de produção de forma a alternar os trabalhadores. Até setembro, todos os metalúrgicos passarão por um treinamento a fim de habilitá-los a trabalhar nas duas linhas de montagem – a de carros e a de caminhões. Durante este período, o PPE vigora até que o treinamento seja concluído.
Já a partir de outubro, com o fim do PPE, o novo sistema de produção será implantado e vai operar de segunda a sexta-feira. Com a fusão, a empresa vai reduzir temporariamente o número de trabalhadores nas duas linhas, gerando um excedente de cerca de 850 trabalhadores.
Com isso, terá início um novo layoff para 450 metalúrgicos e a abertura do PDV com meta de adesão de 300 trabalhadores da produção e cem do setor administrativo. Ao fim dos PDVs, a estabilidade de emprego fica garantida até janeiro de 2018.
“As análises de mercado indicam que teremos uma recuperação muito lenta do setor se nenhuma medida de estímulo muito forte for feita pelo governo. A capacidade instalada é muito superior à demanda de hoje e, por isso, a importância do acordo”, disse durante a assembleia o presidente do sindicato e que também trabalha na montadora, Rafael Marques.
Segundo ele, a Ford anunciou mais um corte de 1,2 mil caminhões e 750 automóveis em seu programa anual para a planta de São Bernardo.
“Com este acordo conseguimos tirar o fantasma das demissões sumárias que pairava sobre a fábrica desde que a direção nos informou que não pretendia renovar o PPE. Ele vai dar conta de gerir o excedente nesse cenário de crise econômica, que tem impactado profundamente o setor automotivo, preservando os empregos e abrindo espaço para a discussão do futuro da planta.”
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