A Volkswagen entregou ao sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista uma proposta para o gerenciamento de 3,6 mil trabalhadores excedentes da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, a fim de evitar demissões. Deste total, 2,5 mil são horistas e trabalham na produção, enquanto os demais 1,1 mil estão entre mensalistas e horistas diretos da área administrativa. A unidade possui atualmente 10,5 mil funcionários e segundo a entidade, a empresa alega que o excedente é resultado da queda das vendas e, no caso do setor administrativo, a medida faz parte de uma reestruturação que a companhia pretende fazer na área.
Na pauta, a montadora propõe a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV), a adoção tanto do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) quanto de layoff, alterações na estrutura de remuneração, de funções, do banco de horas e da jornada de trabalho, além do recálculo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e mudanças nos reajustes previstos na data-base. Ainda pela proposta apresentada, os trabalhadores ficariam sem reajuste salarial em 2017, 2018 e 2019.
A negociação entre a empresa e o sindicato – e que ainda está em curso – é necessária uma vez que está em vigor o acordo coletivo acordado em 2015 e com validade até 2019. No entanto, o acordo tem como base um volume de produção acima de 250 mil veículos por ano na planta Anchieta – volume que não será atingido neste ano.
“Por essa razão, a fábrica [empresa] entende que as bases que sustentaram as negociações em 2015 não atendem as necessidades da nova conjuntura. Mas é obvio que não vamos aceitar qualquer condição em troca da nossa determinação de proteger os empregos”, afirma em nota o secretário-geral do sindicato e trabalhador na Volkswagen, Wagner Santana.
O sindicato informa que está apresentando a proposta aos trabalhadores por meio de assembleias em cada setor. “A situação atual exige um processo de reflexão coletiva para que busquemos uma negociação capaz de dar soluções que interessem aos trabalhadores. Da empresa, esperamos que ela abra mão de cláusulas apresentadas nesse momento e que consigamos chegar a uma negociação que atenda as expectativas dos trabalhadores”, reforça Santana.
Segundo o sindicato, as negociações com a montadora deverão continuar sendo realizadas diariamente e não há prazo para ser concluída.
Atualmente a unidade da Volkswagen em São Bernardo tem 8,4 mil trabalhadores sob o regime de PPE, com vencimento em 30 de setembro, e outros 610 funcionários em layoff, iniciado em março.
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