Da esq. para a dir.: Guilherme Martinelli (diretor do PAC/Mais Alimentos), Jefferson Coriteac (secretário especial da Sead), Marcos Fermanian (presidente da Abraciclo) e Hilário Kobayashi (vice-presidente)
Crédito
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17/05/2018
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17h10
Financiamento de motos volta ao Mais Alimentos
Após tentativa sem sucesso de 2014, Abraciclo e Pronaf assinam novo acordo
MÁRIO CURCIO, AB
A Abraciclo, que reúne os fabricantes de motos, e a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) assinaram acordo de cooperação para o financiamento de motos pelo programa Mais Alimentos. O documento se destina apenas a produtos feitos no Brasil e estará restrito a modelos de baixa cilindrada. Ação semelhante já havia sido anunciada em 2014, mas, segundo a Abraciclo, nenhuma moto foi vendida pelo canal porque os créditos não foram liberados. Com isso elas foram excluídas do programa em 2015.
As condições previstas seriam as mesmas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com prazo até 120 meses para financiamento, taxa de juros entre 2,5% e 5,5% e carência de 36 meses. O Banco do Brasil será o agente financeiro. Além das motos, a linha de crédito valerá também para quadriciclos, motores de popa e motores estacionários.
O crédito para as motos faz parte do Plano Safra, para o qual o governo anunciará em 6 de junho cerca de R$ 30 bilhões. Em 1º de julho serão divulgadas as condições finais para as motos, como faixa de cilindrada e modelos disponíveis. Nem a Sead nem a Abraciclo têm ideia de quantas unidades serão financiadas.
“Nossa expectativa é baixa, o importante é este começo, pela quantidade de famílias beneficiadas”, diz Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. |
De acordo com a Sead, a possibilidade de financiar as motos e os outros produtos beneficia diretamente 4 milhões de famílias cadastradas como produtores rurais.
Se a ideia de incluir a venda de motos num programa de agricultura familiar parece estranha, vale dizer que já existem diferentes implementos desenvolvidos para elas como semeadores e pulverizadores, por exemplo. As motos também são utilizadas no monitoramento de rebanhos e outras tarefas por causa do baixo consumo de combustível e da agilidade.
Até 1º de julho, as fabricantes definirão com a Sead quais serão os modelos beneficiados pelo Mais Alimentos. Em princípio serão motos com cilindrada de 150 a 160 cc de uso misto, cidade-campo. Da Yamaha há a 150 Crosser e da Honda, a NXR 160 Bros.
Se a gama se estender até 300 cc entrarão também as Yamaha Lander 250 e Ténéré 250 e as Honda XRE 190 e XRE 300. Também da Yamaha estão incluídos os motores de popa e da Honda, os quadriciclos Fourtrax e os motores estacionários, que podem ser utilizados para moagem de grãos, geração de energia ou bombeamento de água, entre outras funções.
Durante o anúncio sobre o retorno das motos ao Mais Alimentos, Automotive Business também ouviu executivos de Honda e Yamaha sobre as perspectivas atuais de mercado (leia aqui).
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