O mercado de caminhões se mostra em fase de transformação em relação ao modelo de transporte até agora estabelecido. Como apontado durante o Workshop Planejamento Automotivo, #ABPLAN 2020, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 19, no WTC Events Center, em São Paulo, o transportador tem migrado de categorias de veículos em suas operações, privilegiando o aproveitamento de capacidade de carga.
O diretor de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Antônio Cammarozano, percebe uma nítida mudança de comportamento do transportador na compra de veículos.
“Estimulado por diversos fatores, como custo total de propriedade, lei do motorista, valor de revenda, o transportador tem optado pelos pesados. Em vez de um modelo para 45 toneladas, 4x2, ele escolhe um 6x2, para 53 toneladas. Na outra ponta, em substituição ao caminhão de 8 ou 10 toneladas, ele leva um de 13”, afirma Cammarozano.
O executivo acredita que o movimento não justifica totalmente, mas conta uma parte do vigor observado no crescimento do mercado de caminhões, em especial o de pesados, porque “também são renovados com mais frequência”. No acumulado ano até julho as vendas registraram alta de 44%, para 55,5 mil unidades, enquanto apenas a categoria de pesados cresceu 67% no ano e representa mais da metade de emplacamentos de caminhões, com mais de 28,5 mil veículos.
Aliado ao agronegócio está o segmento dos caminhões que atuam com capacidades acima de 45 toneladas. Estes continuarão a impulsionar o mercado. Carlos Briganti, presidente da consultoria Power Systems Research no Brasil, enxerga a tendência da mesma maneira, mas lembra que as estimativas e os resultados recentes do PIB brasileiro lançam luz sobre outro cenário.
“A recuperação da economia ainda não gerou consumo como se previa anteriormente, o que torna a recuperação de outras categorias de caminhões mais lenta”, afirma Briganti.
Ambos os executivos apostam na continuidade do crescimento do mercado de caminhões, mas em patamares menores ao que até então se observa nos últimos dois anos. O ano deve encerrar no ritmo que o mercado vem apresentando até o momento. “Nada no horizonte aponta uma alteração que mostre o contrário”, reforça Cammarozano.
No ano que vem, embora o representante da VWCO crave o crescimento ao considerar reformas encaminhadas ou aprovadas, prefere não dimensionar o tamanho da alta, limitando-se a prever somente como um “mercado otimista”.
Briganti, no entanto, aposta em números menores em relação ao que foi visto ao longo da retomada nos últimos anos: “Mercado em alta de 7% a 8% sobre 2019.”
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