A Anfavea, associação que reúne os fabricantes de veículos, classificou como “importante” a queda registrada em janeiro nos emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, que totalizaram 171,5 mil unidades, em recuo de 11,5% em relação ao mesmo mês de 2020 – que teve dois dias úteis a mais, 22 contra 20. Quando se compara o volume de licenciamentos por dia útil, 8.555 no mês passado contra 8.795 um ano antes, a contração cai para irrelevantes 2,7%, mas o problema é que janeiro de 2020, mesmo antes dos efeitos da pandemia, já havia registrado declínio de vendas sobre 2019, o que torna mais relevante a baixa registrada agora.
Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos de Moraes, a avaliação da entidade sobre o resultado de janeiro é similar ao da associação dos concessionários, a Fenabrave (leia aqui), que dias antes relacionou a desaceleração das vendas à nova onda de contágios da Covid-19 com medidas restritivas à abertura do comércio, falta de alguns produtos e reajustes de preços ocasionados tanto por elevações nos custos de produção como pelo aumentos do ICMS em São Paulo, Estado responsável por mais de um quarto das compras de veículos zero-quilômetro no País.
“É uma queda importante, estamos atentos, mas a neblina ainda continua no horizonte, ainda é cedo para apontar uma tendência, é preciso esperar os próximos meses para avaliar melhor o comportamento do mercado”, afirmou Luiz Carlos Moraes.
Baseada em todos os fatores que desaceleraram as vendas em janeiro, no início do ano a Anfavea ajustou uma projeção conservadora para 2021, estimando a venda de 2,36 milhões de veículos em 2021, o que representa crescimento de 15% sobre 2020.
A queda das vendas é bem maior, 29,8%, na comparação do último mês de 2020 com o primeiro de 2021, mas esse é um resultado esperado, pois usualmente janeiro é o mais fraco do ano comparado com dezembro que é o mais forte.
O crescimento na produção de veículos em janeiro, com quase 200 mil unidades fabricadas, em alta de 4,2% sobre o primeiro mês de 2020, segundo Moraes comprova que a indústria está superando os gargalos de falta de componentes para atender a demanda e repor os estoques, que continuam em níveis historicamente baixos de apenas 18 dias de vendas. Mas ele avalia que ainda não há segurança sobre a continuação do ritmo atual de vendas, que pode se aquecer com o avanço esperado na vacinação da população contra a Covid-19, ou pode se retrair com a demora na imunização e alta no número de contágios e mortes.
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