No ano em que o setor de ônibus foi um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus, com queda substantial de passageiros urbanos e rodoviários, a Marcopolo encarroçou 12.309 chassis (87,5% deles no Brasil e 12,5% em fábricas no exterior) e assim registrou queda substancial de 21,8% na produção em relação ao ano anterior. O desempenho refletiu na retração de 17,8% na receita líquida da empresa, que somou R$ 3,6 bilhões no ano passado. Ainda assim, a Marcopolo conseguiu fechar o balanço de 2020 no azul, apurando lucro líquido de R$ 90,7 milhões, valor 57% abaixo dos R$ 212 milhões de 2019, conforme resultados financeiros divulgados semana passada pela encarroçadora.
Apesar do declínio da produção, faturamento e lucros, a Marcopolo finalizou 2020 na liderança do mercado brasileiro de ônibus, com 8.941 unidades negociadas, o que representou queda de 15,1% sobre 2019 (abaixo portando da retração média de 26,7%), mas 52,7% de participação de mercado, com ganho de 2,9 pontos porcentuais sobre o ano anterior. A empresa destacou ainda o crescimento de 14,8 pontos em seu market share no segmento de modelos urbanos.
"Houve uma interrupção do processo de recuperação de volumes experimentado desde 2018, mas uma queda maior foi evitada com as entregas para o programa federal Caminho da Escola, que respondeu por 38,8% dos nossos volumes vendidos no Brasil. Ao todo, entregamos 3.472 unidades ao programa, sendo 1.447 micro-ônibus, 1.554 urbanos e 471 modelos Volare. O ritmo de entregas deve permanecer no primeiro trimestre de 2021", declarou José Antonio Valiati, diretor financeiro e de relações com investidores da Marcopolo.
A recuperação apresentada pelo setor de fretamentos alavancou as vendas da Volare, marca de micro-ônibus do grupo Marcopolo, já que seus veículos se mostraram mais adequados para substituir as vans no transporte de pessoas, seguindo as regras de distanciamento físico para mitigar os contágios pela Covid-19. Assim, a participação do negócio na receita do grupo aumentou, passando para 17,9% em 2020 contra 14,5% no ano anterior.
"Esperamos um crescimento mais consistente em volumes a partir do segundo semestre deste ano, puxado pelo segmento de rodoviários, fomentado pelo fortalecimento do turismo regional e pela volta dos passageiros às linhas regulares", afirmou Valiati.
Para o segmento de urbanos, a Marcopolo vê uma recuperação mais lenta, já que o setor depende, principalmente, do crescimento econômico e da redução do desemprego para ganhar tração. Já o segmento de micros deverá continuar apresentando bom desempenho, com aumento de volumes no fretamento, no turismo e com a reabertura de instituições de ensino, que ficaram fechadas por conta da pandemia.
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PEDRO KUTNEY, AB