As 15 associadas da Abeifa, associação que reúne importadoras e algumas fabricantes de veículos, divulgaram na terça-feira, 6, seu balanço das vendas do primeiro trimestre deste ano, que mostra um cenário mais otimista do que o restante do mercado. Na comparação com o mesmo período de 2020, a queda nas vendas foi de apenas 1,7% (15,3 mil contra 15 mil neste ano). É uma situação mais animadora do que a queda de 6,5% sofrida pelo mercado total, que registrou 532,5 mil em 2020 e 497,9 mil em 2021, somando nacionais e importados de todas as marcas presentes do País.
Quando analisado apenas o mês de março, os números da Abeifa são positivos: foram 5.887 veículos, um crescimento de 22,5% frente ao mesmo mês de 2020, que teve 4.805 unidades. Desempenho bem superior ao aumento de 13,7% do mercado brasileiro, que subiu de 155,8 mil para 177,1 mil.
“Esse é um resultado bastante positivo da Abeifa como um todo, considerando o desabastecimento provocado pela pandemia e a questão cambial”, explicou o presidente da entidade, João Oliveira, referindo-se ao aumento do dólar médio usado nas importações dos veículos, que em 2020 estava na casa dos R$ 5,16 neste ano está em R$ 5,50.
VENCEDORES E PERDEDORES
Esse desempenho positivo deve-se basicamente a quatro marcas que apresentaram crescimento no trimestre: Caoa Chery, BMW, Volvo e Porsche. A Caoa Chery liderou o grupo ao comercializar 6.392 veículos (todos fabricados no Brasil), um aumento de 15,5% comparado aos 5.534 do mesmo trimestre de 2020.
Já a BMW registrou 2.781 unidades, um aumento de 11,3%, favorecido apenas pelo crescimento dos seus modelos produzidos no País (ela apresentou queda nos importados). A Volvo subiu 5,7% ao somar 1.756 carros neste primeiro trimestre, seguida pela Porsche, com 5% e 749 unidades.
Todas as demais marcas da Abeifa amargaram uma grande queda nas suas vendas (à exceção da Ferrari, de baixíssimo volume, pois subiu de 5 para 8 veículos). O pior número é o da Jaguar, com uma redução de 81,4% (caiu de 365 para 68 carros), seguida pela Kia Motors, com 39,9% (de 1.676 para 1.007), JAC
Motors (33,6%) e Mini (21,9%).
Ao comentar o desempenho das marcas premium que apresentaram forte crescimento, o presidente da Abeifa atribuiu a alta a dois fatores: o interesse desse público por veículos eletrificados (híbridos e elétricos) e a própria alta do dólar, que cria oportunidades para compradores que avaliam que o movimento da moeda é irreversível.
“Na instabilidade cambial, esses consumidores buscam antecipar a compra programada para aproveitar o estoque de veículos que foram adquiridos por um dólar mais baixo”, explica João Oliveira, presidente da Abeifa.
30 ANOS DE ABEIFA
O evento de anúncio do boletim trimestral da Abeifa também marcou seus 30 anos, completados em março. João Oliveira relembrou as origens da entidade, que nos três primeiros anos chegou a 32 marcas associadas, todas importadoras (hoje ela tem 15 associadas, entre importadores e fabricantes).
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WILSON TOUME, COM COLABORAÇÃO DE PEDRO KUTNEY, PARA AB